Representantes da umbanda e candomblé da Afecab (Associação Federativa da Cultura e Cultos Afro-Brasileiros) se reuniram ontem à tarde na 3ª Festa de Ogum de São Bernardo no Ginásio Baetão, no Baeta Neves. A presidente da entidade, Maria Emília Campi, aproveitou a oportunidade para fazer apelo contra a discriminação de religiões afro-brasileiras, especialmente entre jovens e crianças.
O adolescente de 15 anos que foi vítima de intolerância religiosa, como resultado da pregação evangélica de uma professora, esteve presente no evento na companhia dos pais. O bullying aconteceu na Escola Estadual Antonio Caputo, no Riacho Grande. Ele passou a ser hostilizado por colegas de classe porque é adepto do candomblé. Em discurso, Maria Emília condenou o preconceito e convocou a comunidade a combatê-lo. “Não queremos controlar nada. Queremos apenas respeito à diversidade religiosa. Não será a primeira dificuldade que esse garoto vai enfrentar. Essa luta não é só dele, mas de todos nós.”
APRESENTAÇÕES
Cerca de 2.000 pessoas compareceram à terceira edição da Festa de Ogum. O evento contou com apresentações culturais, como maculelê, percussão, capoeira, congada, grupos musicais, balé afro e apresentação de afoxé. Na área externa do ginásio aconteceu a Feira Afro-Brasileira, com a venda de artesanato, roupas, artigos religiosos e comidas típicas, como acarajé e feijoada. Idosos, crianças, adultos e adolescentes compareceram em peso nas arquibancadas e entoaram cânticos.
Uma das organizadoras da festa e diretora-fiscal da Afecab, Elisabete Amado, comemorou a presença de simpatizantes na celebração. “Queremos desmistificar a ideia de que fazemos parte de religiões ruins. Abaixo de Deus somos todos iguais.”
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