18 de janeiro de 2010

Brasil deverá aumentar participação no Haiti, diz secretário de Direitos Humanos

Sáb, 16 de Janeiro de 2010 07:15

Gilberto Costa e Antônio Trindade

Repórteres da EBC

Brasília - A participação do Brasil no atendimento às vítimas do terremoto que devastou o Haiti na última terça-feira (12) e na sua reconstrução deverá aumentar, acredita o ministro em exercício da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Rogério Sottili. "Outros órgãos do governo, além dos militares, e organizações não governamentais têm papel fundamental na ajuda àquele país." Ele integrou a comitiva brasileira, chefiada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, que esteve em Porto Príncipe, capital haitiana, nesta semana. "O que me impressionou foi a sensação de desespero e abandono."

Sottili retornou hoje (15) do Haiti, onde esteve por dois dias, chocado com o desamparo das vítimas. "Há fome, falta água, falta combustível. É o caos" disse o ministro à Agência Brasil. "A gente se perguntava 'será que era o fim do caminho?".

Nas ruas de Porto Príncipe, relatou o ministro, há "cheiro de morte no ar", corpos jogados pelo caminho e muita gente sem ter para onde ir. "Vimos pessoas à deriva na rua com mala e sacos na cabeça, como se caminhar fosse levar a algum lugar."

Para Sottilli, a tragédia provocada pelo terremoto acentua ausência do Estado e a falta de assistência à população. "O Poder Público, ausente, não consegue dar conta do problema que o o povo vive"

Ele avalia que a força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) terá de mudar de atuação. "A missão da ONU era uma missão de paz. Agora é uma missão de guerra. Uma guerra para enfrentar a doença, a fome, a peste, para ainda encontrar sobreviventes, para enfrentar os escombros e a insegurança que tudo isso causa. Não é mais uma missão de paz. A força de paz que está lá terá dificuldades e ela está se reestruturando para poder dar conta disso."

O ministro relatou que a ajuda humanitária está chegando do mundo todo. "Quarta-feira à tarde, quando pousamos, a única aeronave estrangeira era a brasileira. Na volta, não parava de chegar aviões", contou.

 

 

Edição: João Carlos Rodrigues

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