De 10 a 15 de maio, o patriarca Kirill encontra-se de visita oficial na China. É a primeira viagem na história que o primaz da Igreja Ortodoxa Russa faz para o chamado Império Celestial.
A visita do patriarca Kirill irá contribuir para a formação de um clima favorável ao desenvolvimento da religião ortodoxa no país. Confiança nisso foi manifestada pelo embaixador da Rússia na China, Andrei Denisov.
Esta vista, que na opinião do embaixador russo é histórica, já começou a surtir primeiros efeitos. Assim, durante os primeiros dois dias de estadia do patriarca Kirill em Pequim foram abordadas numerosas questões de atualidade e de importância vital para o desenvolvimento consequente das relações russo-chinesas, especifica Andrei Denisov: "Trata-se, por exemplo, da troca de estudantes do ensino espiritual, do desenrolar do diálogo espiritual como parte do diálogo de civilizações, o que constitui um relevante elemento do bloco humanitário de nossas relações bilaterais. E, claro é, esta visita reveste-se de enorme significado para ortodoxos da China".
Hoje, na China fala-se na religião ortodoxa muito mais frequentemente do que há alguns dias, quando dela se lembravam apenas poucas pessoas. No entanto, a história do cristianismo ortodoxo conta no país com mais de 300 anos. Em grande parte, o cristianismo ortodoxo desenvolvia-se na China graças às obras dos missionários russos, mais nos últimos anos caiu praticamente em desuso.
A igreja autocéfala chinesa não tem atualmente seu primaz nem sacerdócio nacional. Os templos a funcionar podem ser contados pelos dedos das mãos. Muitos deles estão em abandono, porquanto as leis chinesas dispõem que em território da China o ofício pode ser ministrado só por chineses que abraçaram a religião ortodoxa. Hoje em dia, eles são apenas dois.
Contudo, o patriarca Kirill está certo de que a religião ortodoxa pode ser salvada na China mediante um diálogo pacífico e amigável: "As autoridades estatais da China estão atualmente desejosas de coadjuvar de todas formas a edificação de uma sociedade harmoniosa em que representantes de distintas religiões dêem seu aporte importante. Com certeza, não é um processo fácil de realizar. Mas tenho muitas esperanças de que na sequência do diálogo que nossa Igreja está mantendo com o departamento estatal para assuntos das religiões da República Popular da China todos os problemas importantes que se nos impõem hoje encontrem gradualmente sua solução, com plena observância das leis da China, com o apoio nos recursos locais e com a ajuda de Deus".
Com o objetivo de a população local poder conhecer mais sobre a religião ortodoxa, propositadamente para a visita do patriarca Kirill foi traduzido para chinês seu livro A Liberdade e a Responsabilidade. São reflexões sobre a essência da espiritualidade ortodoxa, o papel da religião na constituição da personalidade, a liberdade e a dignidade do ser humano.
O livro já foi publicado em várias línguas estrangeiras – árabe, japonês e hebraico, entre outras. A apresentação da versão chinesa, o evento final do programa de estadia do cabeça da Igreja Ortodoxa Russa em Pequim, irá se realizar à noite de 12 de maio.
Fonte: Rádio Voz da Rússia
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