Cartagena
de Índias, Colômbia, 14 abr (Prensa Latina) O Fórum Social prévio à VI
Cúpula das Américas concluiu hoje aqui com um amplo apoio a favor de
Cuba e o direito da Argentina a sua soberania sobre as Ilhas Malvinas.
Apesar de durante o transcurso dos debates e das discussões que
agruparam jovens, mulheres, trabalhadores e indígenas muitas temáticas
que preocupam a região fossem tratadas, Cuba e Argentina ganharam
consenso entre os participantes.
Assim ficou marcado no
encerramento do evento, sob o cargo do presidente da Bolívia, Evo
Morales, que diante de um auditório tomado pediu aos Estados Unidos que
se somem ao clamor dos povos da região em torno da inclusão de Cuba e a
soberania da Argentina sobre as Malvinas.
Morales dirigiu-se
diretamente à secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, e
retomou as palavras que a chefa da diplomacia estadunidense pronunciou
previamente no mesmo recinto.
É importante recolher as palavras
de Clinton quando diz que se deve acabar com a exclusão e discriminação;
com todo respeito, apelo a uma mulher dos Estados Unidos para que se
some aos países da América a convocar a Cuba a esta Cúpula, destacou.
O presidente boliviano também convocou Washington para que se some ao
pedido de reafirmar que as Malvinas são da Argentina e da América.
Os Estados Unidos e Canadá são os únicos países do continente que se
opõem à participação de Cuba às Cúpulas das Américas e a apoiar a
Argentina em seu reclamo de soberania sobre as Ilhas Malvinas.
Antes das palavras do presidente boliviano, o chanceler argentino,
Héctor Timerman, chamou à sociedade civil a pedir aos seus governos que
apoiem uma resolução sobre o reclamo de seu país em torno de sua
soberania sobre as Ilhas Malvinas.
A agressão colonial contra um
país é uma agressão colonial contra todos, disse Timerman, e recordou
que uma parte do território argentino está sob o domínio colonial do
Reino Unido desde 1982.
Por outra parte, o chanceler do Peru,
Rafael Roncagliolo, disse que não se pode entender que algum Estado se
oponha à descolonização de um território, como no caso das Malvinas, que
é um resíduo colonial.
Ambos os titulares igualmente recusaram a
exclusão de Cuba a este Fórum hemisférico e exigiram sua imediata
inclusão neste tipo de eventos.
Na sua vez, o ministro de
Relações Exteriores do Paraguai, Héctor Lacognata, expressou-se em
termos similares e chamou a unir forças para mudar o modelo econômico e
social imperante, ao mesmo tempo em que condenou o isolamento
injustificado de Cuba.
Entretanto, a secretária de estado Hilary
Clinton ao intervir no Fórum referiu-se à integração continental, ainda
quando seu governo insiste em afastar Cuba da região e em desconhecer o
direito da Argentina sobre as Malvinas.
Desejamos que o
hemisfério se integre para melhorar a segurança cidadã, os direitos
humanos e as oportunidades econômicas, disse a chefa da diplomacia
estadunidense, mas sem fazer menção aos dois temas que têm centrado os
debates aqui.
O governo dos Estados Unidos, pese à rejeição e
condenação da comunidade internacional, mantém há mais de cinco décadas
um férreo bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba.
Ao mesmo tempo Washington mantém no território cubano de Guantánamo uma
base naval militar, convertida em um centro de reclusão que viola todas
as leis e normas do direito internacional e inclusive as da própria
nação norte-americana. |
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