31 de outubro de 2011

Livro promove debate acerca da religião


Bruno Felin

MARCOS NAGELSTEIN/ Especial/ JC 
Marcelo da Luz é autor de livro sobre crenças
Marcelo da Luz é autor de livro sobre crenças
 
Os debates acerca da religião costumam ser fervorosos, afinal, mexem com princípios muito particulares e com pensamentos que remetem à história da humanidade. O livro Onde a religião termina?, lançado na Feira do Livro pelo ex-padre católico Marcelo da Luz, entra justamente neste terreno perigoso e tenta desconstruir fundamentos das crenças religiosas. A obra pode ser encontrada na Praça da Alfândega.

Baseada nos estudos da conscienciologia propostos pelo pesquisador brasileiro Waldo Vieira (responsáveis por seu abandono da prática do sacerdócio), a obra apresenta argumentos relevantes quanto a supostas contradições na construção das religiões, às quais ele classifica como “enganos parapsíquicos”. Entre as teses defendidas pelo autor estão questões provocativas como a de que Jesus Cristo é apenas um mito, evangélicos são idólatras da Bíblia - para ele, um livro repleto de contradições e distorções - e o celibato causa infantilização, entre outros. Luz também aborda tabus históricos como a pedofilia e a homossexualidade, esta, segundo ele, bastante comum entre padres, obrigados a falar contra o que são - uma esquizofrenia do discurso cristão.

O autor explica que já alimentava uma série de dúvidas, mas “honestamente” acreditava na religião como um caminho menos pior. “A pesquisa mostrou que a vivência proposta pela religião, a discussão do sobrenatural, é possível a qualquer pessoa, qualquer consciência pode fazer uma experiência direta, sem intermediários”, prega ele. O tema da crítica à religião não é novidade. Autores como o biólogo britânico Richard Dawkins (autor do best-seller Deus é um delírio), o neurocientista americano Sam Harris (O fim da fé), e o jornalista britânico Christopher Hitchens (Deus não é grande) são exemplos conhecidos com produções semelhantes nos últimos anos. Marcelo da Luz as considera relevantes por trazerem o tema para debate, mas, segundo ele, os autores, por não conhecerem a mente religiosa “por dentro”, são mais agressivos, o que acaba causando o efeito contrário.


Fonte: Jornal do Comércio

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