Presidente decide submeter à consulta pública campanhas com material considerado sensível por grupos religiosos
Reação de católicos e evangélicos e temor pelo futuro político do ministro da Educação influíram na decisão
Após cancelar a produção e distribuição do kit anti-homofobia do Ministério da Educação, a presidente Dilma Rousseff determinou que todo o material do governo que se referir a costumes terá que passar, a partir de agora, pelo crivo do Palácio do Planalto e por processo de consulta à sociedade.
A ordem da presidente ocorreu após uma reunião do ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, com as bancadas evangélica e católica do Congresso e integrantes da frente parlamentar da família.
O grupo ameaçou propor a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o Ministério da Educação caso o governo não cancelasse a produção dos materiais.
O kit anti-homofobia é formado por uma cartilha e cinco vídeos que o governo planejava distribuir a alunos do ensino médio em escolas públicas. Três vídeos chegaram a ser exibidos à imprensa pelo ministério em janeiro e circularam na internet.
Os vídeos desagradaram às bancadas evangélicas e católicas do Congresso, que alegam que os vídeos poderiam estimular o homossexualismo.
O MEC diz que o material, produzido por ONGs, não estava pronto. Essas versões preliminares foram aprovadas pela Unesco (órgão da ONU para a educação).
ELEIÇÃO EM SP
Assessores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestaram preocupação com os efeitos que a controvérsia poderia ter sobre o futuro político do ministro da Educação, Fernando Haddad, que Lula gostaria de ver como candidato do PT a prefeito de São Paulo em 2012.
Carvalho afirmou que não houve toma lá, dá cá na decisão da presidente ontem. Segundo ele, Dilma considerou que o material do MEC era "inadequado" e o vídeo, "impróprio para seu objetivo".
A decisão gerou críticas dentro do governo também. "Tempo das trevas!", escreveu a secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda, numa mensagem enviada a seus seguidores no Twitter para comentar notícias do recuo do governo.
Em outra mensagem mais tarde, ela afirmou que não tivera a intenção de criticar a decisão de Dilma, mas se referia à "onda conservadora levantada na campanha eleitoral pelo candidato [José] Serra [PSDB]".
Na campanha presidencial, Serra e grupos religiosos atacaram Dilma por mudar sua posição sobre a legalização do aborto, que defendeu no passado.
Após cancelar a produção e distribuição do kit anti-homofobia do Ministério da Educação, a presidente Dilma Rousseff determinou que todo o material do governo que se referir a costumes terá que passar, a partir de agora, pelo crivo do Palácio do Planalto e por processo de consulta à sociedade.
A ordem da presidente ocorreu após uma reunião do ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, com as bancadas evangélica e católica do Congresso e integrantes da frente parlamentar da família.
O grupo ameaçou propor a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o Ministério da Educação caso o governo não cancelasse a produção dos materiais.
O kit anti-homofobia é formado por uma cartilha e cinco vídeos que o governo planejava distribuir a alunos do ensino médio em escolas públicas. Três vídeos chegaram a ser exibidos à imprensa pelo ministério em janeiro e circularam na internet.
Os vídeos desagradaram às bancadas evangélicas e católicas do Congresso, que alegam que os vídeos poderiam estimular o homossexualismo.
O MEC diz que o material, produzido por ONGs, não estava pronto. Essas versões preliminares foram aprovadas pela Unesco (órgão da ONU para a educação).
ELEIÇÃO EM SP
Assessores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestaram preocupação com os efeitos que a controvérsia poderia ter sobre o futuro político do ministro da Educação, Fernando Haddad, que Lula gostaria de ver como candidato do PT a prefeito de São Paulo em 2012.
Carvalho afirmou que não houve toma lá, dá cá na decisão da presidente ontem. Segundo ele, Dilma considerou que o material do MEC era "inadequado" e o vídeo, "impróprio para seu objetivo".
A decisão gerou críticas dentro do governo também. "Tempo das trevas!", escreveu a secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda, numa mensagem enviada a seus seguidores no Twitter para comentar notícias do recuo do governo.
Em outra mensagem mais tarde, ela afirmou que não tivera a intenção de criticar a decisão de Dilma, mas se referia à "onda conservadora levantada na campanha eleitoral pelo candidato [José] Serra [PSDB]".
Na campanha presidencial, Serra e grupos religiosos atacaram Dilma por mudar sua posição sobre a legalização do aborto, que defendeu no passado.
Bancada religiosa elogia suspensão de kit em escolas
A decisão do governo de suspender a distribuição de material anti-homofobia a escolas públicas foi comemorada ontem por congressistas das bancadas católica e evangélica.
Bispo da Igreja Universal e integrante da bancada evangélica do Senado, Marcelo Crivella (PRB-RJ) disse que a presidente Dilma tomou uma decisão "sábia" e admitiu que pressionou o Planalto a tomar a medida.
Segundo seu relato, a presidente telefonou para ele ontem pela manhã para anunciar sua decisão.
Crivella disse que cabe às famílias, e não ao governo, orientar crianças e jovens sobre questões sexuais.
O deputado Eros Biondini (PTB-MG), que representou a bancada católica na reunião em que Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) comunicou o recuo do governo, disse que viu nos vídeos apologia a orientação sexual.
Como exemplo, ele citou um dos vídeos que seria distribuído, intitulado "Probabilidade".
Jair Bolsonaro (PP-RJ) elogiou Dilma. "Apenas lamento que ela tenha tomado essa decisão só depois de um momento difícil para um ministro dela."
Bancada religiosa elogia suspensão de kit em escolas
A decisão do governo de suspender a distribuição de material anti-homofobia a escolas públicas foi comemorada ontem por congressistas das bancadas católica e evangélica.Bispo da Igreja Universal e integrante da bancada evangélica do Senado, Marcelo Crivella (PRB-RJ) disse que a presidente Dilma tomou uma decisão "sábia" e admitiu que pressionou o Planalto a tomar a medida.Segundo seu relato, a presidente telefonou para ele ontem pela manhã para anunciar sua decisão.Crivella disse que cabe às famílias, e não ao governo, orientar crianças e jovens sobre questões sexuais.O deputado Eros Biondini (PTB-MG), que representou a bancada católica na reunião em que Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) comunicou o recuo do governo, disse que viu nos vídeos apologia a orientação sexual.Como exemplo, ele citou um dos vídeos que seria distribuído, intitulado "Probabilidade".Jair Bolsonaro (PP-RJ) elogiou Dilma. "Apenas lamento que ela tenha tomado essa decisão só depois de um momento difícil para um ministro dela."
Fonte: Folha de S. Paulo - ANA FLOR
Decepcionante a decisão da presidente. Para muitas pessoas, e colegas de trabalho, ficou bem claro que houve uma troca, entre cancelar o Kit e salvar Palloci. O kit anti homofobia teve aprovavação até da UNESCO pra ser veiculado no Brasil, enquanto isso só aumentará a violência contra os homossexuais, que com certeza já nascem assim, e sofrem homofobia e bullying desde crianças nas escolas despreparadas do país. Lamentável a intromiçao de fundamentalistas religiosos travestidos de políticos contra a democracia no Brasil, e mais lamentável é a presidente dilma ceder aos fundamentalistas religiosos, deixando as minorias gays de novo à margem da sociedade.
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