28 de abril de 2011

Revolução e intolerância encenadas no Festival Amazonas de Ópera

“Diálogos das Carmelitas”, que estreia nesta quinta-feira(28) no 15º Festival Amazonas de Ópera, narra o martírio de um grupo de religiosas no período do Terror da Revolução Francesa

Manaus, 28 de Abril de 2011

JONY CLAY BORGES

Ensaio de “Diálogos das Carmelitas”, segunda ópera a ser encenada no 15º Festival Amazonas de Ópera
Ensaio de “Diálogos das Carmelitas”, segunda ópera a ser encenada no 15º Festival Amazonas de Ópera (Michael Dantas/A Crítica )
 
Depois de “Suor Angelica”, apresentada na abertura do 15º Festival Amazonas de Ópera (FAO), na terça-feira (26), outro espetáculo lírico protagonizado por religiosas professas ganha o palco do Teatro Amazonas: “Diálogos das Carmelitas”, peça de Francis Poulenc (1899-1963) que narra o martírio sofrido por um grupo de freiras no período do Terror da Revolução Francesa, no século 18. O espetáculo terá sua estreia hoje, às 20h, com direção cênica de Willian Pereira, e direção musical e regência de Marcelo de Jesus.

Pereira, que também assina os cenários da montagem, optou por uma concepção fiel ao período histórico no qual a história da ópera se passa: “Não faz sentido tirar a História da Revolução Francesa e fazer uma coisa moderna”, declarou ele, em entrevista anterior a A CRÍTICA. Segundo o diretor, a proposta da montagem busca ser fiel ao texto original de Emmet Lavery, por sua vez baseado num drama de Georges Bernanos. “Está tudo no libreto, que tive muito como referência nesse trabalho. A ópera foi composta a partir de uma peça de teatro, então o libreto é mais enxuto”, comenta ele.

Na visão do diretor, a força da montagem se baseia no trabalho dos cantores líricos. “É uma ópera sisuda, fundamentalmente de interpretação. Não pode ter muita pirotecnia”, destaca Pereira. “O que é importante é que o espetáculo fala um pouco de intolerância religiosa, da ideologia querendo ser imposta, o que considero ser um tema pertinente a esse momento. Fala de um período revolucionário que chega a um ponto de radicalismo”, acrescenta.

Opressão no visual
A montagem de “Diálogos das Carmelitas”, ambientada num convento em Compiègne e em Paris, tem 16 mudanças de cenários. Para isso, o cenário traz paredes produzidas sobre estruturas móveis, que assim compõem cada cena. “A ideia central é a da opressão, das carmelitas estarem trancadas”, aponta Pereira, sobre a concepção visual da peça.


O elenco traz, entre outros artistas, as sopranos Michelle Canniccioni, Gabriella Pace, Isabelle Sabrié e Ruth Staerke; as mezzo-sopranos Denise de Freitas, Elaine Martorano e Luciana Costa e Silva; os barítonos Leonardo Neiva, Vinicius Atique, Davy Chaves e Alex Herculano; e os tenores Flávio Leite, Juremir Vieira e Enrique Bravo.

Após a estreia de hoje, “Diálogos das Carmelitas” terá outras duas récitas, também no Teatro Amazonas, no domingo, dia 1º de maio, às 19h; e na terça-feira, dia 3 de maio, às 20h.

Fonte: A Crítica

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu contato de telefone, email, movimento ou instituição que participa para melhorarmos nossa rede pela cultura da paz.

Vermelho