8 de abril de 2011

Porta-voz dos muçulmanos no Brasil repudia associação do atirador à religião



O porta-voz da comunidade muçulmana e presidente da Comissão de Ética da União Nacional das Entidades Islâmicas do Brasil, Jihad Hassan Hammad, rechaçou hoje (7), em entrevista à Agência Brasil, a possibilidadade de associar o atirador que atacou inocentes em uma escola pública no Rio à religião. Ele disse ter sido feito um rastreamento e que não há nada sobre a relação de Wellington Menezes de Oliveira com o islamismo.

O xeique apelou para que se evite “generalizar” e “que as pessoas discriminem umas às outras" por causa da religião. No Brasil, segundo Jihad, há cerca de 1,5 milhão de muçulmanos. Ele lembrou que o fato de uma pessoa ler o Alcorão, o livro sagrado do islamismo, não significa que ela seja religiosa.

“O Alcorão diz que aqueles que tiram a vida de um inocente é como se tivessem assassinado toda a humanidade”, afirmou o porta-voz. “Este jovem que cometeu o ato no Rio de Janeiro não era muçulmano, mas mesmo se fosse, não representa os ensinamentos da religião. Tenho certeza que ele não é muçulmano porque não está cadastrado em entidades nem em nossas mesquitas”.

O xeique afirmou que o massacre ocorrido no Rio registra um dos momentos mais tristes para a sociedade brasileira. “O islamismo não aceita extremismos. Os extremistas têm sua própria religião. No islamismo buscamos o equilíbrio e a Justiça. Lamentamos muito o que ocorreu hoje pela manhã e estamos solidários às vítimas e às famílias”.

Jihad afirmou que os muçulmamos estão em oração. Segundo ele, na religião islâmica quando uma criança morre a “alma dela vai para o paraíso”, como no caso de algumas das 12 vítimas do massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, no Rio. “Nas nossas orações, pedimos paciência e serenidade para as famílias [das vítimas]”, disse ele.

O xeique disse que seguirá de São Paulo, onde vive, para o Rio de Janeiro para participar do velório e enterro dos mortos na tragédia. Segundo ele, como líder religioso, uma das suas funções é se solidarizar com as vítimas e suas famílias. “É importante trabalharmos para que a discriminação não leve à instabilidade social”.

Da Agência Brasil

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