21 de outubro de 2010

[FENDH] X ENCONTRO ESTADUAL DE DIREITOS HUMANOS

FUNDAÇÃO INSTITUTO DE DIREITOS HUMANOS

X ENCONTRO ESTADUAL DE DIREITOS HUMANOS

OS DIREITOS HUMANOS CONTRA A PRÁTICA DE CINISMO E DE HIPOCRISIA NA SOCIEDADE

Data: 15 e 16 de Dezembro de 2010

Local: Auditório Leite Alves do Centro de Artes, Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Cachoeira – Bahia


 

 

Justificativas do Tema

As ações do cotidiano exigem de nós cidadãos, qualquer que seja a nossa posição econômica ou social, decisões rápidas e imediatas, e isso têm feito com que as pessoas não estabeleçam prioridades pessoais mais relevantes. Assim, fatores como: pressões de mercado, necessidade de sobrevivência, jogo de interesses, conceito favorável na sociedade, visão de lucro ou barganha e outras diretivas pessoais de similar significado, fazem com que o cidadão despreze ou desconsidere os efeitos das suas ações sobre o mundo em que vive.

O interessante de tudo, ao que parece, é a constatação de o cidadão se exime de qualquer responsabilidade social, direta ou indireta. Pior: torna-se simples moralista, endossa e valoriza seus próprios atos e imputa toda a responsabilidade pelo caos social a terceiros. Os culpados são, sempre, os outros: o governo, os políticos, a polícia, os sem-teto, os sem-terra, etc. Observem, conscientemente, que as nossas ações são sempre corretas, límpidas, transparentes, honestas, e de amor ao próximo. Desculpem, mais o emprego da palavra conscientemente é porque muitas vezes observamos, mas não compreendemos.

Olhando para aqueles que estão do nosso lado, parentes, amigos e colegas, a certeza da retidão é inquestionável. Quem pratica uma ação quer seja de caridade, de benevolência ou de justiça, quer seja dolorosa, arbitrária ou perversa, procura a sua razão para justificá-la. Se assim não fosse não teríamos os portadores das chaves dos reinos dos "céus" e os guardiões ou defensores das iniqüidades, pois para tudo existirá uma saída.

Pois bem. Com tantas saídas, escaparão os ímpios, os degredados, os piedosos, os caridosos, todos. E quem ficará para dá continuidade à razão, a essência humana? Se ninguém é culpado, porque condenar alguém? Parece brincadeira ou imaginário de um idiota que não tendo o que fazer pensa ou pensa que pensa.

Não nos parece que se trata de desconfiança ou descrédito na sociedade, mesmo porque uma sociedade se constrói com os seus padrões, suas convenções, suas normas. Trata-se, simplesmente, de não querer sair do genuíno, do essencial, do razoável, do indivisível que deve ser a dignidade humana.

O homem - e aí se entenda o cidadão - foi formado para ser gestor de si mesmo e, em comunhão, gestor da sociedade. Inventamos formas e regimes de governo. Uns são governantes, outros governados. Mas todos devem ser gestores das suas ações e, como gestores, cada cidadão deve planejar (pensar) e executar essas ações.

Quanta leviandade, quanta sandice, quanta bobagem, quanta fantasia necessita o homem para continuar fugindo da sua essência e agir de acordo com a razão. Entendam que razão nesse caso é o dom supremo que o homem traz consigo e se manifesta no seu livre arbítrio, sempre que pensamos.

Trazer o homem para dentro de si é o esforço sublime que só depende do próprio homem. E como culpar o outro pelo que faço? O primeiro julgamento é intimo, e não pode ser compartilhado, invadido, tão pouco avaliado.

Estamos convencidos de que ao homem não basta crer o que é ou pode ser, tem de provar e comprovar as suas possibilidades dentro de uma lógica que já esta desenhada ou estruturada na sua razão. O homem foge de si mesmo atribuindo a outrem o que só ele pode fazer ou tem responsabilidade de fazê-lo. A negação do homem está em não procurar luz (no sentido de caminho) na sua própria escuridão. A clareza de tudo e de qualquer coisa está vinculada na ação do homem. Se eu acredito em Deus, Ele existe para mim, para os demais (semelhantes) eu tenho que provar e comprovar. O que é impossível.

Ao longo do tempo, isto é da existência da raça humana, e, consequentemente, das suas relações humanas - sociedade - inventamos ou, para melhor compreendermos, transformamos os recursos que a natureza nos dispõe e aí, também, se inclui os recursos da natureza humana, para conturbar a nossa existência por meio de desavenças, de paixão, de consumismo, de ódio, de necessidade de competir etc.

Questionamos, sempre, quando se fala de Ética e sobre valores morais que devem servir de fundamento filosófico para a convivência de uma determinada sociedade. Temos dificuldade de admitir que as sociedades são reuniões de seres humanos que têm hábitos, costumes, religiões, normas reguladoras etc que possam nos levar à paz e à felicidade.

Por que isso? Não conseguimos entender, senão pela universalidade, que os seres humanos são igualmente humanos pela simples condição de ser dessa forma, possuidores de direitos, capazes de amar, sujeitos de virtudes e defeitos, que buscam sempre a felicidade. Porque os homens, também, são cruéis, bárbaros, perversos e ardilosos? Estamos generalizando, a fim de que os sábios, os cientistas, os filósofos e os estudiosos das relações humanas busquem e identifiquem as especificidades e peculiaridades que determinam as exceções.

A inteligência e a bondade do homem estão na essência de ser homem (racional). Não é admissível se mensurar a capacidade intelectual do homem, especificamente pela sua formação educacional ou condição social é muito mais que tudo isso, pois sem a razão o homem jamais conseguiria ser um intelectual ou um cidadão bem sucedido economicamente. Esta alusão serve para fixarmos que nada, absolutamente nada, independe do próprio homem.

As atitudes de codificação dos pensamentos e das ações do homem, a introdução do academicismo e do cientificismo, apenas comprovam, esclarecem e registram a total dependência ao próprio homem de tudo que existe. Se penso, logo existo, é um axioma que soa falso. O começo e o resultado de tudo é que existo e penso e ponto final. Até dá a impressão que a Fundação IDH admite haver homem que não pensa, pois, nada disso, compreendemos que o exercício da razão é o pensamento e não pensar significa hibernar, omitir ações, resumindo: não ser humano.

ASSUNTOS

O X Encontro Estadual de Direitos Humanos, cujo tema central é: Os Direitos Humanos Contra a Prática de Cinismo e de Hipocrisia na Sociedade, debaterá assuntos relacionados a questões teóricas e práticas sobre:

- O Cinismo, a Hipocrisia e a Essência Humana;

- O Alcance da Dignidade Humana Face ao Cinismo e a Hipocrisia;

- Cinismo e Hipocrisia na Política;

- Cinismo e Hipocrisia nas Profissões;

- Cinismo e Hipocrisia na Ascensão Social;

- Cinismo, Hipocrisia e Poder: O Poder Público;

- A Conveniência e a Convivência da Sociedade com os Comportamentos Cínicos e Hipócritas: Consequencias;

- Os Direitos Humanos sem a Prática de Cinismo e de Hipocrisia.

PROGRAMAÇÃO

DIA 15/12/2010

- 08:00hs Recepção e entrega de material

- 08:30hs Formação da Mesa

- 09hs Conferência Magma
TEMA - Conveniência e a Convivência da Sociedade com os Comportamentos Cínicos e Hipócritas

- 11:00hs Coquetel

- 14:00hs Painel
TEMA - O Cinismo, A Hipocrisia e a Essência Humana

- 15:00hs Debate
- 15:30

- 16:00hs Painel
TEMA - O Alcance da Dignidade Humana Face ao Cinismo e a Hipocrisia

DIA 16/12/2010

08:00hs Painel
TEMA - Cinismo e Hipocrisia na Ascensão Social

10:00hs Painel
TEMA - Cinismo, Hipocrisia e Poder

14:00hs Painel
TEMA - Cinismo e Hipocrisia nas Profissões

16:00hs
TEMA - Os Direitos Humanos sem a Prática do de Cinismo e Hipocrisia

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