Temas: Política, Religião
Pequim, 14 Jan (Lusa) – A China defende o ateísmo, mas ao contrário da antiga União Soviética, deixou de encarar a religião como "o ópio do povo", indicou o novo director da Administração Estatal para os Assuntos Religiosos, Wang Zuoan
"O Partido Comunista Chinês começou a encarar a religião numa perspectiva mais positiva", disse Wang Zuoan numa entrevista publicada hoje pelo Global Times, jornal do grupo Diário do Povo, o órgão oficial do PCC.
Segundo Wang Zuoan, "a antiga União Soviética e as nações do (extinto) Pacto de Varsóvia não conseguiram lidar bem com as questões religiosas".
"Isso foi uma profunda lição para a China", acrescentou.
Wang Zuoan reconheceu que "a influência da cultura ocidental na China, incluindo o cristianismo, aumentou muito" e considerou que "é normal que a religião se desenvolva durante o processo de modernização".
"O governo chinês encoraja a religião a adaptar-se à sociedade socialista e atribui um papel mais positivo à religião", disse.
Wang Zuon, 51 anos, formado em filosofia e inscrito no PCC desde 1985, assumiu o actual cargo no ano passado.
O número oficial de cristãos rondará os vinte milhões, dois terços dos quais protestantes, mas segundo estimativas, serão cerca de 50 milhões – 3,7 por cento da população do país.
O budismo é a religião com mais fiéis na China, seguida do islão, que no conjunto terão cerca de 60 milhões de crentes.
"A sociedade chinesa está a tornar-se cada vez mais tolerante e as pessoas já não assediadas por seguirem uma religião", disse Wang Zuoan.
AC.
Lusa/Fim
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