23/10/2009 - 14:52
O ministro Edson Santos afirmou nesta quinta-feira (22/10) que o Plano de Ação Conjunta Brasil Estados Unidos para a Eliminação da Discriminação Étnico-Racial não é apenas mais um protocolo de intenções, mas, sim, uma medida que resultará em resultados efetivos em favor da população negra de ambos os países. O ministro da Igualdade Racial falou durante a abertura da III Reunião para Implementação do Plano, encontro que termina nesta sexta-feira, em Salvador (BA).
Na imagem, a platéia da solenidade de abertura, composta por representantes governamentais, de empresas e entidades da sociedade civil de Brasil e Estados Unidos
A III Reunião marca mais uma etapa da cooperação bilateral que envolve a sociedade civil e os setores público e privado. De acordo com o ministro, o Plano, assinado em 2008 por ele e pela então secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, é uma medida de longo prazo para combater a discriminação. Edson Santos lembrou que o racismo é um fenômeno mundial e o desafio do momento é oferecer alternativas para a conquista da igualdade. Disse também que, devido a questões históricas, o combate a esse crime no Brasil e nos Estados Unidos ocorre de forma diferenciada, mas que os dois países têm muito a aprender um com o outro. Edson Santos ainda acenou para a possibilidade de expansão do Plano para outros países por meio de parcerias multilaterais.
A embaixadora Vera Lúcia Barrouin Machado, subsecretária-geral de Política I do Ministério das Relações Exteriores, elogiou a escolha de Salvador para sede do evento por causa da contribuição da população baiana, em todas as áreas, para o entendimento da questão racial no país. "Espero que toda a herança que tivemos no passado colonial que não é tão diferente dos Estados Unidos sirva de base para o diálogo. A troca de experiências das melhores práticas é fundamental para a promoção de uma sociedade mais justa. Temos muito o que aprender e muito o que ensinar", completou.
Para o subsecretário de Estado adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA, Thomas Shannon, o Plano é uma espécie de "diplomacia de inclusão social", situação em que os governos trabalham juntos pela promoção da igualdade. Além de ressaltar o orgulho de participar do Plano de Ação com o Brasil, o subsecretário falou de compromisso: "Estamos comprometidos com a questão da igualdade racial e nos esforçando para atingirmos as metas do Plano".
O Plano visa estabelecer parcerias a partir de cinco eixos temáticos: educação, trabalho e desenvolvimento econômico, saúde, direitos humanos, segurança pública, e comunidades tradicionais. Durante o encontro também serão divulgadas as diretrizes para apresentação de propostas de projetos.
Sociedade Civil O encontro também reservou espaço para a participação de aproximadamente 80 lideranças de movimentos sociais de todo o Brasil, que estiveram reunidas no dia 20/10, quando receberam esclarecimentos sobre as metas do Plano e indicaram seis representantes nas futuras discussões dos eixos temáticos quatro brasileiros e dois estadunidenses. Pelo Brasil, foram escolhidos Ana José Lopes, do Fórum Nacional de Mulheres Negras; Altair Lira, da Federação Nacional de Anemia Falciforme (Fenapal); Lucilene Rosa, representante do quilombo Kalunga, e Paulo Rogério, da Mídia Étnica Negra. Ana José e Altair também fazem parte do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), órgão consultivo que faz parte da estrutura da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR). Pelos Estados Unidos, foram eleitos os doutores Clarence Lusane e Kimberle Crenshaw, da Universidade da Califórnia em Los Angeles.
A III Reunião ocorre no Hotel Bahia Othon Palace, em Salvador. Os três primeiros painéis ("Boas práticas para a promoção da igualdade étnico-racial na segurança pública e acesso à justiça", "Saúde da população negra" e "Preservação da memória da cultura negra e da Diáspora Africana") foram realizados nesta quinta. Na sexta-feira, os participantes vão debater "Acesso a educação superior" e "Responsabilidade social e diversidade". Alem dos painéis, reuniões de autoridades e trocas de experiências integram a III Reunião.
Comunicação Social da SEPPIR/ PR
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