13 de novembro de 2012

O Almirante Negro e A Revolta da Chibata

13/11/2012

Fonte: Portal CTB
João Cândido - o Almirante Negro









Em novembro de 1910, um grupo de marinheiros da Armada brasileira rebelou-se no Rio de Janeiro,assumindo o controle dos principais navios da frota, os encouraçados Minas Gerais, São Paulo e Deodoro, além do cruzador Bahia. Os canhões foram apontados contra o palácio do Catete, na época a sede do poder federal. Esses marinheiros, na maioria negros, mulatos e migrantes nordestinos, pediam o fim dos castigos físicos, aplicados pelo uso da chibata, e melhores condições de trabalho na Marinha. Muitos desses rebeldes ficaram conhecidos pela imprensa em sua época. Posteriormente, o líder do levante, o marinheiro João Cândido, tornou-se uma figura simbólica reverenciada até hoje por uns, pouco conhecida do grande público e sem reconhecimento em seu universo de origem, a Marinha brasileira.
A revolta, que durou da noite do dia 22 até 26 de novembro de 1910, provocou pânico na população brasileira, sobretudo na cidade do Rio de Janeiro. Os jornais da época mostram que a população carioca teve o reflexo de fugir do centro da cidade e das regiões litorâneas, com medo dos canhões dos poderosos navios. Mesmo assim, uma parte da imprensa manifestou simpatia pelas reivindicações dos marinheiros.
revolta da chibata
O governo do marechal Hermes da Fonseca, que havia tomado posse uma semana antes da revolta na baía da Guanabara, experimentava com o evento sua primeira crise política. É importante lembrar que Hermes da Fonseca havia disputado uma concorrida campanha eleitoral contra Rui Barbosa, durante o ano de 1909 e início de 1910, quando houve uma mobilização de certos setores da população em torno das candidaturas de Hermes, defendida pelos militaristas, e Rui, apoiado pelos civilistas, segundo a terminologia da época. Esse clima de divisão seria retomado no Congresso com a revolta, havendo desconfiança e pressão de ambas as partes. Assim, o governo do marechal, ameaçado, criticado e enfraquecido, concedeu anistia aos rebeldes, mas o Estado autorizaria, poucos dias depois, a exclusão dos elementos “não desejáveis” à disciplina a bordo. Quase 1000 marinheiros foram excluídos da Marinha no início de dezembro do mesmo ano. Nesse mesmo mês, eclodiu uma nova rebelião cujas razões são pouco conhecidas, desta vez um levante dos fuzileiros navais. Essa segunda rebelião foi massacrada em poucas horas pelas forças oficiais da República brasileira.

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