7 de março de 2012

Governador pede perdão oficial pelo Quebra de Xangô de 1912




Foto: Agência Alagoas
Alagoas relembrou nesta quarta-feira (1º) um dos mais emblemáticos casos de racismos e intolerância religiosa do país. Ocorrido em 1912, o Quebra de Xangô, foi episódio de terror com a depredação de templos religiosos e espancamentos de negros, líderes e adeptos do candomblé. O governador Teotônio Vilela Filho assinou um decreto em um pedido de perdão oficial a perseguição aos cultos afrobrasileiros.
O decreto 18.041 descreve o pedido de perdão pela perseguição da religiosidade afroalagoana, ofensa de culto grave e da memória do patrimônio cultural. “Foram assassinados pais e mães de santo, um verdadeiro desfalque em nossa cultura e no aprendizado das nossas raízes, além da confraternização entre raças”, desabafou o governador.
“A liberdade de expressão ainda está sendo conquistada. Tentamos quebrar a intolerância e o desrespeito”, esclareceu Janaína Martins, integrante do Coletivo Afro Caeté.
O governador ainda destacou a participação dos movimentos da religião afro com a realidade social. Movimento como o projeto social Inaê atende crianças e adolescente no bairro Campestre II e na comunidade Santa Fé, em União dos Palmares. “Quero destacar a importância dos movimentos da cultura negra que desenvolvem ações sociais. Cabe ai algumas parcerias com a sociedade. Não irei admitir que seja omitido o episódio bárbaro que feriu a nossa liberdade”, afirmou Vilela.
O mestre Aleluia, 46 anos, do grupo Mucambo dos Angoleiros disse que ainda sente os reflexos da perseguição de 1912. “A capoeira ainda não evoluiu aqui em Alagoas pelo Quebra de Xangô que expulsou grandes mestres para outros estados e isso refletiu na dança de origem brasileira”, lamentou.
A memória dos orixás e as tradições se mantiveram durante décadas o que fortaleceu pais e mães de santos na luta pela liberdade de raças e crenças. “Aqui não está presente nem o ódio, nem o rancor. Estão presente pais e mães de santo que sobreviveram com a força dos orixás. Pela memória de Tia Marcelina que em cada golpe recebido ela prevaleceu em coragem e sabedoria”, afirmou Mãe Neide do grupo União Espírita Santa Bárbara.

Supervisão: Thayanne Magalhães


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