Domingo,
1º de abril, marcará o total de 10.000 dias passados atrás das grades
no Irã pelas sete lideranças da religião bahá’í. Nesse dia, 12 cidades
em todo o mundo chamarão a atenção por meio de painéis móveis levantando
o chamado de: “Libertem as Lideranças Bahá’ís: Prisioneiros de
Consciência no Irã.”
Em uma iniciativa coordenada pela United4Iran, painéis
móveis que retratam os prisioneiros serão exibidos na capital do
Brasil, Brasília e outras localidades, como os Países Baixos; Berlim;
Cidade do Cabo, Pretória e Johanesburgo na África do Sul; Washington DC;
Londres; Sidney, ; Paris; Nova Zelândia. Em Nova Deli, Índia, os
organizadores marcharão com banners no percurso entre o templo bahá’í e o
templo ISKON.
“Aqui
em Brasília, a manifestação será na Esplanada dos Ministérios, das 10h
às 13h, com uma enorme imagem desses prisioneiros de consciência em um
caminhão”, conta
Luiz Mourão, pós-graduado em políticas públicas, Secretário Executivo
do Fórum das ONGs Ambientalistas do Distrito Federal e entorno. “Não
é uma defesa de uma minoria religiosa; trata-se de questões de
cidadania mundial, a defesa dos direitos humanos como um todo”, alega
ele.
“Atualmente,
existe uma falsa sensação de que existe direitos humanos no mundo,
porém essa não é a realidade global em que vivemos. Os bahá'ís no Irã
são símbolo desse desrespeito à dignidade humana. Eles não têm direito à
educação, liberdade religiosa, não podem arrumar emprego, entre outras
restrições impostas pelo governo iraniano”, constata Mourão. “Estarei na
Esplanada não apenas como cidadão brasileiro mas, sobretudo, como
cidadão do mundo - consciente do papel decisivo de cada ser humano para o
avanço da civilização”, finaliza ele.
As grandes imagens dos prisioneiros bahá’ís, feitas em painéis móveis,
são compostas de fotos menores de centenas de pessoas atualmente
aprisionadas no Irã, incluindo jornalistas, membros de sindicatos
comerciais, estudantes e mulheres ativistas, líderes religiosos e de
oposição.
“Esperamos
que esta ação possa atrair a atenção do mundo à situação das sete
lideranças bahá’ís, e devemos nos lembrar tamém de todos os prisioneiros
de consciência que continuam atrás das grades, e que precisam do nosso
incondicional apoio em seu favor”, disse a diretora e fundadora da
United4Iran, Firuzeh Mahmoudi.
A
ex-prisioneira ativista e Sarah Shourd, que agora é defensora de
prisioneiros políticos na organização sem fins lucrativos de direitos
humanos United4Iran, está tomando providências para exigir a imediata
libertação desses prisioneiros.
Quando prisioneira, Shourd teve um emocionante encontro com uma das lideranças bahá’ís aprisionadas.
“Fariba Kamalabadi e eu estávamos sendo
levadas de olhos vendados para a clínica da prisão. Estávamos andando em
fila única e a primeira coisa que fez foi esfregar as minhas costas
carinhosamente. Ela sorriu para mim, sussurrando que lamentava por eu
estar sozinha e então contou-me rapidamente quem ela era”, disse Shourd.
“Depois, quando fui libertada e soube mais a respeito das sete
lideranças bahá’ís, que continuam na prisão sem uma adequada
representação legal ou um julgamento justo, sem advogados e sem um
julgamento imparcial, fiquei ainda mais surpreendida pela bondade e
bravura de Fariba.”
Shourd
está se unindo aos demais manifestantes para exigir a libertação de
Kamalabadi e seus companheiros Jamaloddin Khanjani, Afif Naeimi, Saeid
Rezaie, Mahvash Sabet, Behrouz Tavakkoli e Vahid Tizfahm.
“Eles
estão sendo mantidos presos unicamente por suas crenças religiosas, por
defenderem os direitos civis e educacionais dos bahá’ís”, disse Shourd.
“O governo iraniano está em forte oposição à lei internacional
relacionada a esses casos e todos eles devem ser libertados
imediatamente.”
Antes
de serem presos, em 2008, as sete lideranças eram membros de um grupo
informal de âmbito nacional que cuidava das necessidades espirituais e
sociais da comunidade bahá’í do Irã. Cada um deles foi sentenciado a 20
anos de prisão após seis breves sessões de julgamento, caracterizadas
pela ausência do devido processo legal.
“Nós
que podemos falar precisamos ser a voz daqueles que foram silenciados. É
importante que continuemos a nos rebelando contra a perseguição às
minorias religiosas no Irã, as quais permanecem sujeitadas a detenções
arbitrárias, perseguição e sentenças injustas”, disse Firuzeh.
Após
cerca de 20 meses mantidos sem acusações na prisão de Evin, em Teerã,
iniciou-se o julgamento em 12 de janeiro de 2010. As sete lideranças
foram acusadas de espionagem, propaganda contra a república islâmica,
estabelecimento de uma administração ilegal, entre outras acusações –
que foram completa e categoricamente negadas pelos réus.
Os
cinco homens estão atualmente cumprindo suas sentenças na prisão de
Gohardasht, a cerca de 50 quilômetros de Teerã. As duas mulheres se
encontram na prisão de Evin, após prisão anterior em Gohardasht e uma
breve permanência em condições horríveis na prisão de Qarchak.
Bani
Dugal, a principal representante da Comunidade Internacional Bahá’í nas
Nações Unidas, disse: “Os sete foram e são completamente inocentes de
qualquer delito. Dez mil dias de suas vidas foram literalmente roubados
deles para sempre – dias que seriam dedicados ao serviço de seus
compatriotas. O prazo para que esses prisoneiros sejam libertados para
poderem contribuir ao país que amam já expirou há muito tempo”.
United4Iran (U4I)
é uma organização sem fins lucrativos com a missão de melhorar as
condições de direitos humanos no Irã, mobilizando e unindo a comunidade
global por meio da conscientização e da defesa pública.
Para mais
informações entre em contato com a Secretaria de Nacional de Ações com a
Sociedade e o Governo (SASG) pelo telefone 3255-2216 ou escreva para sasg@bahai.org.br.
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