26 de agosto de 2011

Afrodescendentes ibero-americanos olham para o futuro

Após dois dias de intensos debates, mais de 30 especialistas da Ibero-América reunidos até a quinta-feiura (25) na Colômbia analisaram os múltiplos desafios que enfrentam os afrodescendentes em pleno século 21.

A reunião teve por sede a cidade de Cali, capital do departamento de Valle del Cauca, e congregou representantes provenientes de 15 países, os quais compartilharam experiências e as contribuições dos afrodescendentes na construção de suas nações.

Dessa maneira, 1º Encontro Ibero-americano de Culturas e Comunidades Afrodescendentes 2011 centrou seu olhar na situação atual e perspectivas destas comunidades na região por sua inclusão social.

Entre as conclusões do encontro destaca-se a necessidade de uma construção de unidade frente à fragmentação que existe atualmente em todos os setores sociais da Colômbia.

Isso a partir da paz interna e da cultura formada ao longo de 500 anos da comunidade afrodescendente.

Também se determinou que a Lei 70, que tem como objetivo principal reconhecer as comunidades negras da Colômbia e proteger sua identidade cultural, é uma oportunidade para construir essa unidade.

No entanto, durante o evento ficou manifestado que falta vontade política por parte do governo nacional para aplicar efetivamente esse regulamento.

Por outra parte, também se estabeleceu que o censo é uma ferramenta poderosa, pois na Colômbia habitam mais de quatro milhões de afrodescendentes.

Através disso, segundo as opiniões dos participantes, se pode definir a forma como devem ser distribuídos os orçamentos da nação e onde devem ser investidos os recursos para tornar realidade um acordo social a favor da multiculturalidade.

Além da agenda acadêmica, o fórum contou com espaço para visibilizar os projetos e iniciativas artísticas, culturais e de empreendimento das comunidades afro, raizales e palenqueras da Colômbia.

Mais de 50 organizações estiveram presentes nesta vitrine de promoção e intercâmbio com produtos artísticos, gastronômicos, artesanais e cosméticos, entre outros.

Por sua vez, participaram 14 instituições públicas, privadas e internacionais, oferecendo e ensinando os mecanismos para apoiar, facilitar e se somar aos que contam as comunidades.

Segundo a Comissão Inter-setorial para o Avanço da População Afro-colombiana, estas comunidades apresentam uma baixa participação nos espaços públicos, uma débil capacidade institucional, dificuldades para o acesso à educação e ao mercado de trabalho.

Por isso uma das tarefas que o fórum enfatizou é a análise da oferta institucional, das políticas públicas de integração e dos mecanismos contra a discriminação racial, além do intercâmbio de experiências entre os países ibero-americanos.

Cali foi eleita como anfitriã deste evento por ser a segunda cidade do mundo, atrás de Salvador, no estado brasileiro da Bahia, com mais população afrodescendente (mais de um milhão de habitantes), segundo fontes especializadas.

O evento foi organizado pelo Ministério de Cultura, a Organização de Estados Ibero-americanos, e esteve inscrita na celebração de 2011 como o Ano Internacional dos Afrodescendentes, decretado pela ONU em sua 64 sessão.

Prensa Latina

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