16 de maio de 2011

Religião, uma visão critica III - A Paz Integral




Procuremos entender como a Umbanda trabalha na busca da Paz Universal. Busquemos inicialmente o significado da palavra Paz:
“Ausência de lutas, violências ou perturbações sociais, tranqüilidade pública, concórdia, harmonia, ausência de conflitos entre pessoas, ausência de conflitos íntimos, tranqüilidade de alma ...”
Analisando detidamente a definição da palavra paz, concluímos que nem o mundo e nem nós mesmos temos a Paz Integral.
A Umbanda acredita que para se encontrar a paz integral é necessário que primeiro possibilitemos ao ser humano encontrar a paz interior, pois, as guerras, os conflitos de toda ordem são simples reflexo da falta de paz individual que acaba se somando de forma crescente e ascendente.
A proposta da Umbanda para que o indivíduo encontre a paz interior está diretamente ligada ao equilíbrio do pensar, sentir e agir. O ser humano de maneira geral vive apenas por viver, guiado por um piloto automático, que o leva, nem ele sabe bem para onde.
A maioria esmagadora da humanidade não se preocupa em questionar-se interiormente, em buscar caminhos que possibilitem, de forma verdadeira, o encontro do “Eu” superior, latente em todos nós. Esta passividade, esta falta de reação, leva o ser humano, a desenvolver distorções em sua personalidade.
Na realidade todo o ser passivo consigo mesmo, é egoísta, vaidoso e orgulhoso. Encontramos então a triplicidade negativa, a grande barreira para que todos não tenham paz interior. Muitos devem estar refletindo e se perguntando: Sim, o orgulho a vaidade e o egoísmo são os causadores da infelicidade, da falta de paz, mas como se livrar deles?
Primeiro é preciso estar consciente de que possuímos estas distorções na personalidade. Este é o primeiro passo, o mais difícil de se dar, pois raros são aqueles que conseguem admitir, mesmo que seja para si , que estão, de alguma forma, errados.
O segundo passo é buscar uma forma, um caminho para se extirpar de vez, de nós mesmos, esses três causadores de toda a infelicidade do mundo.
A Umbanda, através da Escola de Síntese ensina a seus adeptos e simpatizantes que só se consegue ter paz de verdade, se o ser humano estiver em harmonia com três realidades, que para melhor assimilação, serão analisadas de forma separada, mais na verdade, os três coexistem de forma una, sem separação, quais sejam, o Sagrado, o próprio Homem e o Cosmo.
Na Umbanda, esta primeira realidade, o Sagrado, está firmada na filosofia espiritual que ela esposa, nas entidades astralizadas que militam em nossa corrente, nas suas mensagens, em seus poderes, em suas luzes e no conhecimento que elas têm das Leis Divinas. Infelizmente, o ser humano, de uma maneira geral, pouco se importa com o Sagrado, quase tempo nenhum dedica a ele. Raros seres encarnados dedicam pequena parte de seu tempo ao recolhimento íntimo de uma prece, na busca do entendimento das leis que regem a natureza. A maior parte, se preocupa única e exclusivamente, com suas necessidades temporais, que como bem disse o Cristo Jesus “...não devemos juntá-las pois a traça come e o ladrão rouba...”. O ser humano vive sem estar conectado com o Sagrado, usa muitas vezes a religião apenas para cumprir compromissos sociais, e para atingir objetivos que irão privilegiar uma minoria, transformando, à sua conveniência, o Divino em profano.
A Umbanda através de seus templos, cabanas, terreiros, fornece a todos uma gama de rituais e procedimentos que atendem a todos, facilitando e adaptando conceitos para melhor entendimento , no que se refere às coisas sagradas.
A segunda realidade que se expressa no Homem está diretamente ligada à vontade do ser humano de servir desinteressadamente, tendo como meta à caridade, o respeito e o carinho pelo necessitado, por aqueles que buscam o auxílio e o conforto, procurando a cura de seus males físicos e espirituais. É acima de tudo buscar a ciência de si mesmo, ou seja, um estado de consciência plena. A Umbanda busca o aperfeiçoamento do ser humano como pessoa, dentro de seus templos, através de um processo disciplinar simples e objetivo, que leva o indivíduo a um estado natural de ser, pois quem é natural não precisa de condicionamentos disciplinares, conduz as coisas naturalmente, sem imposições ou regras.
Por fim, a terceira realidade se expressa no Cosmo, que se fundamenta na necessidade que o indivíduo tem de estar integrado com as coisas da Natureza, buscando imitá-la em seus ciclos e ritmos. A Umbanda possui um processo terapêutico que se alicerça na utilização de elementos da natureza para fornecer ao indivíduo um suporte, um acréscimo e até suprir uma possível falta de energia vital.
Em palavras mais simples, nos referimos aos banhos de erva, aos banhos de essência, ao contato direto com os mananciais energéticos existentes no planeta, tais como matas, praias, cachoeiras, enfim, devemos buscar na natureza a base para uma vida sadia. Hoje a medicina acadêmica utiliza em seus processos curativos, com grande eficácia, tudo que acima citamos e que a Umbanda chama de Terapia Vegeto-Astro-Magnética.
O que apresentamos acima pode parecer complicado, difícil de ser aplicado no dia a dia de cada um, mas posso garantir que funciona de verdade, traz para o indivíduo que segue este caminho uma felicidade incontida. Isso ocorre de forma efetiva, sem ilusões, sem tempo determinado, porque a Umbanda busca acima de tudo combater as causas da infelicidade, da falta de paz interior, e não combater os efeitos, com atitudes que resolvem o problema no momento, num certo espaço de tempo.
Acreditamos que esta não é uma forma que atualmente, se afinize com todos os indivíduos, mas temos certeza que está será a via, o caminho, neste terceiro milênio para o encontro com a verdadeira Paz Integral. Continuaremos ...
Que os Orixás nos Cubram com sua Paz !


Aramaty- Silvio Garcez
Discípulo de Mestre Arhapiagha – Pai Rivas

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