25 de novembro de 2010

Maria do Rosário: Secretária de Direitos Humanos do governo Dilma?

Ninguém confirma e, a rigor, em política as surpresas ou reviravoltas são muito comuns. Tanto quanto as especulações e apostas para quem vai ocupar um cargo ou outro num governo qualquer.

Na “bolsa de apostas” para quem vai ocupar a Secretaria de Direitos Humanos (não mais secretaria “especial”) do governo Dilma, a deputada federal Maria do Rosário (PT) é “pule de dez” para se tornar a titular do órgão, que possui status de ministério.
Paulo Vannuchi entrou em 2005 e de início enfrentou a desconfiança de parte da sociedade civil e o descrédito da oposição, que o considerava “um mero assessor do Lula”. Várias vezes teve sua saída do governo anunciada nos bastidores políticos, mas acabou permanecendo durante todo o segundo mandato de Lula.
Fez um excelente trabalho. Surpreendeu todos, ganhou muitos admiradores e defensores e conquistou o respeito dos colegas de governo, mesmo de pastas resistentes ou mesmo adversárias das ações da Secretaria.
Caso se confirme o nome de Maria do Rosário, receberá a SDH com uma estrutura muito maior em relação ao que Vannuchi encontrou, com número bastante reduzido de funcionários, poucos e minúsculos programas e orçamento para investimento ridículo, inferior ao de algumas ONGs grandes em nível internacional.
Maria do Rosário é uma experiente militante da educação (presidiu a Comissão de Educação e Cultura da Câmara), dos direitos de crianças e adolescentes e das mulheres, entre outros temas do escopo dos direitos humanos.
Outros nomes lembrados ou sugeridos para a Secretaria são o advogado Paulo Abrão e o deputado federal Pedro Wilson (PT-GO).
Paulo Abrão é considerado, de forma unânime, um quadro brilhante, fruto de uma geração de jovens advogados militantes que estão atuando em postos-chave em várias áreas (no poder público, nas OABs etc.). Abrão fez um trabalho muito elogiado à frente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, que analisou milhares de processos de anistia política de ex-presos e perseguidos da ditadura militar. Pesa contra ele justamente a juventude, pois há vários nomes considerados mais adequados para uma investidura ministerial.
Já Pedro Wilson é considerado a maior perda da área de direitos humanos nas eleições 2010. Teria a reeleição garantida, mas encarou o sacrifício ao disputar a eleição para o Senado em Goiás, onde o PT atualmente é apenas a terceira ou quarta força do estado. Histórico militante dos direitos humanos, ex-prefeito de Goiânia, ex-reitor da Universidade Católica de Goiás, Pedro é citado como possível nome para ocupar ministério ou órgão importante em várias áreas: educação, direitos humanos ou alguma outra pasta “social”.
Para a SDH, porém, o nome mais cotado é mesmo o de Maria do Rosário.
Inclusive porque pesa a seu favor o fato de nenhuma mulher ter sido a titular desta Secretaria desde a sua criação, em 1997, como Secretaria Nacional dos Direitos Humanos.
Tive a sorte de encontrar hoje na Câmara, durante o lançamento de um livro sobre o grande e saudoso Adão Pretto, tanto o atual ministro quanto a deputada. Ambos desconversaram quanto às especulações, mas se falaram bastante.
Informalmente, Vannuchi defendeu o nome de Maria do Rosário, mas disse não ter qualquer informação concreta acerca da escolha de Dilma.

Maria do Rosário, Edegar Pretto (filho de Adão e segundo deputado estadual mais votado do RS) e Paulo Vannuchi (Foto: Rogério Tomaz Jr.)
Resta esperar. O melhor de tudo é que há vários bons nomes para o cargo.
O mesmo não podemos dizer da comunicação. Nem vou comentar os nomes citados nas rodas de conversa, porque caio em depressão.


A sucessora e o atual? A conferir. (Foto: Rogério Tomaz Jr.)

Atualização: A amiga Déborah Ferreira lembrou pelo Twitter algo importante: um dos pontos altos da carreira parlamentar da Maria do Rosário foi na CPMI sobre Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (2003/2004), na qual atuou como relatora e fez um grande trabalho. O relatório final da CPMI está disponível aqui. E uma ótima avaliação está aqui.

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