15 de julho de 2010

Anistia condena votação na França de proibição ao uso do véu integral


LONDRES, Inglaterra — A Anistia Internacional condenou nesta terça-feira a aprovação, pela Assembleia de Deputados franceses, do projeto de lei que proíbe o uso do véu islâmico integral em espaços públicos, ao considerar que "viola a liberdade de expressão e de religião" das mulheres afetadas.
"A proibição total de cobrir o rosto violaria os direitos de liberdade de expressão e de religião dessas mulheres que usam a burca e o niqab como expressão de sua identidade ou crenças", estimou John Dalhuisen, especialista da Anistia em assuntos de discriminação na Europa.
"No geral, os direitos de liberdade de religião e de expressão garantem a todos a liberdade de escolher o que usar ou não. E esses direitos não podem ser limitados, simplesmente porque alguns - ou uma maioria - consideram esta forma de vestir objetável ou ofensiva", acrescentou.
A Assembleia nacional francesa aprovou nesta terça-feira, em primeira leitura, por maioria esmagadora, o projeto de lei destinado a proibir o uso do véu islâmico integral no espaço público, apesar das reservas jurídicas e do mal-estar causado pelo texto entre os muçulmanos.
A iniciativa, que voltará em setembro ao Senado, obteve o apoio de 335 deputados da União para um Movimento Popular (UMP, direita, no poder), do Novo Centro e de alguns deputados de esquerda.
A imensa maioria de deputados socialistas e ecologistas não vão participar da votação. Os comunistas tampouco, exceto o deputado André Gerin, incentivador do debate sobre a proibição da burca e do niqab.

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