4 de março de 2010

Deputada Iriny Lopes (PT-ES) é a nova presidenta da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara PDF Imprimir E-mail

Iriny é uma das fundadoras do PT no ES

Iriny Lopes nasceu em 12 de fevereiro de 1956, em Lima Duarte, Minas Gerais. Casou-se com Flávio Lopes, com o qual teve três filhos: Flávia, Nicolas e Carolina, que é casada e mãe de Cristal.

Ainda jovem Iriny veio para o Espírito Santo com sua família e aqui construiu uma história de vida militante fundamentada na luta pelos direitos humanos.

O compromisso com a defesa dos direitos políticos fez dela militante no processo de abertura democrática, defendendo a vontade do povo como a base da autoridade do governo. Lutou pela anistia dos presos políticos e por eleições diretas. Iriny é uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores e integrante da sua direção nacional, já tendo sido presidente do PT municipal, em Vitória, e do PT estadual por dois mandatos. Ela também faz parte da história de fundação de várias organizações sociais. Sempre defendeu o direito à liberdade de opinião e expressão e de reunião e associação pacíficas.

Comprometida com os direitos sociais, econômicos e culturais, ela tem atuado em diversas frentes. Foi membro da direção da ASCAM, entidade defensora do direito à moradia digna. Sempre atuou na defesa do direito ao trabalho e a proteção contra o desemprego, apoiando a organização dos sindicatos e o direito do cidadão de participar de entidades que defendem a proteção de seus interesses. Iriny esteve junto com o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra em todas as ações pela reforma agrária. Ela também tem contribuído na luta das mulheres, das crianças e adolescentes, dos idosos, dos índios, negros e outras minorias étnicas, dos portadores de necessidades especiais e na luta por um Brasil sem homofobia.

Seu compromisso com o direito do cidadão à vida cultural da comunidade e da participação do processo científico e de seus benefícios, Iriny tem contribuído com diversas iniciativas dos intelectuais, artistas e promotores culturais.

A defesa dos direitos civis, em especial a proteção à pessoa, marcou a vida de Iriny Lopes de maneira especial nos últimos anos. O combate à violência e à impunidade fez dela companheira e amiga de Ewerton Montenegro Guimarães, que, juntamente com outros aguerridos companheiros, criaram o Fórum Reage/ES. A defesa da vida os levou ao combate à corrupção e ao enfrentamento das organizações criminosas que atuam no Espírito Santo. Essa luta a colocou em situação de risco de morte, motivo da proteção da Polícia Federal, desde 1999, amparada até em determinação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

Decorrente do seu compromisso com a defesa dos direitos humanos, ela foi eleita com expressiva votação deputada federal, em 2002. Como parlamentar, integra a Comissão de Direitos Humanos da Câmara desde o início do mandato. Participou ainda da Comissão de Meio Ambiente, do Conselho de Ética da Câmara e da Comissão Mista que apurou evasão de divisas (a CPMI do Banestado).


No dia 2 de março de 2005, Iriny foi indicada para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, tornando-se, assim, a primeira mulher a ocupar a presidência da comissão desde a sua criação.

Como deputada federal, Iriny atua em duas linhas de ação que, no seu entender, são complementares: a defesa dos direitos humanos e o desenvolvimento econômico do Espírito Santo. No que se refere ao desenvolvimento econômico, Iriny acredita que é preciso investir fortemente na qualificação dos trabalhadores e na preparação da população do Estado para aproveitar as chances profissionais que serão colocadas a partir de duas áreas fundamentais: a de petróleo e rochas.

As que desafinam o coro do destino

"Essas que se embrenharam mata adentro e se negaram aos colonizadores. Essas que levaram chibatas e fundaram quilombos. Essas que pariram e criaram filhas e filhos e as que não pariram. Essas que clamaram por escolas e derrubaram muros com pontas de dedos. Essas que escreveram e as que nem assinavam o nome. Essas que ocuparam ruas e praças e as que ficaram em casa. Essas que quiseram ser cidadãs e sonharam com todas votando. Essas que trabalharam nas fábricas e com enxadas no campo. Essas que foram datilografas, secretarias, doutoras e lavadeiras. Essas que não se comportaram bem e que tudo fizeram sem pedir licença. Essas que desafinam o coro do destino e abrem alas. Essas somos nós" (Shuma Schumaher).

Atendendo ao chamado do seu tempo, saindo para falar, para escutar, ver, trabalhar, lutar, apalpar a vida, a mulher do século XXI tem a certeza que um dos marcos do último século foi à transformação da sua realidade, ocupando espaços, conquistando direitos nem sonhado pelas suas antepassadas.

Para chegar às conquistas de hoje, aparentemente tão naturais, foi preciso muita luta. No inicio, de corajosas mulheres, individualmente, chegando à luta coletiva organizada por bandeiras mais definidas. A história oficial não divulga, mas muitas se assustariam com a história de várias mulheres para chegar ao atual patamar de cidadania.

Protagonizando a sua própria história, as mulheres rompem barreiras deixando mais, a cada novo dia, a esfera doméstica e se inserindo no seu espaço público, visibilizando assim, que a origem da opressão não se trata de uma decorrência "natural" da existência de dois sexos na espécie humana, mas que tem como causa fundamental relações desiguais que foram construídas com base na divisão sexual do trabalho e consolidada através de arcabouço cultural, que naturaliza e transfere as diferenças biológicas para o campo social, político e econômico.

Quando a poetisa em seus versos acima, nos relembra no pretérito os caminhos percorridos contra a opressão, a discriminação, os preconceitos e a busca por transformação em cada momento histórico tenta nos dar a exata dimensão de que o presente e o futuro ainda são, para as mulheres, um compromisso de luta, resistência e rebeldia, justificado por ainda termos uma sociedade em que o desenvolvimento humano é preterido em função dos interesses econômicos e submetido à cultura patriarcal. Nessa realidade, todos e todas têm um compromisso com presente e com o futuro.

Assumindo esse compromisso o mandato é um instrumento que tem estado ao lado das mulheres capixabas e brasileiras na sua luta cotidiana por transformação, na busca de novos espaços, na concretização de direitos através de projetos de Lei, de políticas públicas e colocando-se a disposição para organizar mais e melhor as mulheres, inseri-las nos espaços de poder e assumindo que o avanço da luta das mulheres, só será possível na medida em que contribuirmos também para o avanço do conjunto da sociedade, estando inserido nas principais lutas do nosso povo.

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