24 de novembro de 2009

[FOAFRO] CARTA DE REPÚDIO E CONVOCAÇÃO PARA MANIFESTAÇÃO CONTRA A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

CONVOCAMOS A TODOS E TODAS CIDADÃOS E CIDADÃS QUE RECEBEREM ESTE E-MAIL A COMPARECEREM PARA ATO DE MANIFESTAÇÃO CONTRA A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA E O PRECONCEITO RELACIONADOS AO AFASTAMENTO DO PROFESSOR FRANCISCO DE SUA FUNÇÃO NO CED 04 EM TAGUATINGA/DF

DATA: 26/11/2009 (QUINTA-FEIRA)

HORÁRIO: 15H

LOCAL: EM FRENTE À DIRETORIA REGIONAL DE ENSINO DE TAGUATINGA (CNB 01 AREA Especial)

CARTA DE REPÚDIO



O Grupo AfroJovem – DF e Entorno, organização de promoção da integração de religiões de matrizes africanas e contra a intolerância religiosa e a discriminação racial, em nome de seus mais de 100 membros, jovens e adultos adeptos de religiões afrobrasileiras, divulga publicamente a presente carta de repúdio a todas as atitudes intolerantes, preconceituosas e autoritárias referentes ao afastamento do professor Francisco da função exercida no Centro Educacional 04 de Taguatinga – DF.



Repudiamos a atitude intolerante de alguns alunos do CED 04 que denunciaram o professor como um promotor de práticas religiosas dentro da escola, apenas porque suas crenças diferiam da exposição mitológica apresentada. Todos os povos têm suas religiões e crenças. Explorá-las em estudo, representação ou encenação no ambiente escolar não as torna práticas válidas e reais para quaisquer desses povos, incluindo para nós, que somos adeptos de religiões de matrizes africanas.



Repudiamos as palavras do vice-diretor Raimundo Monção: "(...) Poderíamos, sim, fazer um projeto cultural, mas desde que ele não tivesse nenhuma afinidade com nenhuma religião". Consideramos que tratar de religiões afrobrasileiras está dentro dos parâmetros estabelecidos pela Lei 10.639/93, pois refere-se à resistência cultural negra. RELIGIÃO É CULTURA. Não é possível, em se tratando de cultura africana, escravidão no Brasil e cultura afrobrasileira, desassociar o elemento religioso do histórico. A religião das diferentes etnias africanas trazidas ao Brasil no período colonial foi o elemento de união de todas elas e de resistência ao tratamento desumano dispensado pelos senhores de engenho, que tinham os negros como única força de trabalho indispensável ao desenvolvimento econômico do país. Portanto, plausível de ser contemplada em um projeto cultural.



Repudiamos, por fim, o autoritarismo da diretora da escola, Sônia Regina Bueno, ao tomar a atitude de devolver o professor para a Regional de Ensino de Taguatinga, ao invés de ter mediado a resistência dos alunos em trabalhar a mitologia africana e conduzido as disparidades de opinião a uma real identificação da raiz do problema: a intolerância e o racismo.



Cabe ressaltar que a crença em Deus (Olorun) e em seus Orixás – crença esta em que estão fundamentadas as religiões de matrizes africanas – trata-se de uma das principais manifestações da cultura afrobrasileira. Os Orixás, heróis ancestrais do povo e guardiões das forças da natureza, preservam a identidade das etnias africanas de onde se originaram. Aqui no Brasil, essas divindades reuniram-se em um único lugar de celebração, promovendo a união de diversas culturas.



Fossem realizadas nas senzalas, quilombos ou nas casas popularmente conhecidas como terreiros, as celebrações religiosas nesses espaços tornaram-se reconstrução e ressignificação do território e da cultura deixados por africanos e africanas em sua terra natal, de onde foram retirados à força durante o período de escravidão.



As danças das divindades e a música africana celebram o cotidiano de sobrevivência humano e constituem uma das grandes fontes para a dança e a música brasileiras.



Ante o exposto devidamente fundamentado, esperamos que, como ato de reparação pelo dano causado ao que deveria ser chamado "Dia da Consciência Negra", o professor Francisco seja novamente lotado no CED 04 de Taguatinga, e que a Direção da escola desenvolva maior responsabilidade sobre as questões culturais concernentes à formação do povo brasileiro e não somente ceda a pressões ideológicas obtusas.


Priscila Mendonça – 8577 9165


Presidente


Pedro Ivo – 8570 9074


Vice-Presidente


Adriano Fiúza – 8118 0473


Secretário-Geral





GRUPO AFROJOVEM – DF E ENTORNO


grupo.afrojovem@gmail.com




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