30 de abril de 2009

Religião deve ser introduzida nas escolas para uma educação humanística e mais completa

Teólogo defende o ensino religioso nas escolas, iniciando os estudantes na espiritualidade, a essência das religiões
Por Leonardo Boff 
 

 29/04/2009-11:23


O teólogo, filósofo e escritor Leonardo Boff esteve em Itatiba na última sexta-feira, dia 24 de abril, como palestrante da VI Jornada de Educação e III Jornada de Educação Matemática, promovida em parceria pela Prefeitura de Itatiba, por meio da Secretaria da Educação, e pela Universidade São Francisco. Boff ministrou a palestra "Ciência e Religião na Escola", discutindo o tema com professores da rede municipal de ensino e alunos da universidade. Neste ano o tema da jornada foi "Ciência e Fé na Escola: Coexistentes ou Excludentes?". Para a equipe docente municipal o evento fez parte do processo de formação continuada, uma das prioridades da atual gestão na área da Educação.



Segundo Boff, o ensino religioso deve ser introduzido nas escolas como forma de trabalhar a dimensão espiritual dos alunos. "Nós ensinamos às pessoas muitas disciplinas, mas não as introduzimos na meditação, a encontrar com seu 'eu' profundo, a ter um momento de contemplação do universo, da realidade, descobrir o mistério das coisas, porque é isso que humaniza o ser humano e desenvolve nele o sentimento de grandeza, de respeito", disse. Para o teólogo, uma das novas funções da escola é incorporar a religião no currículo em benefício de uma educação mais humanística e mais completa, tendo em vista as constantes mudanças culturais.



'É possível trabalhar religião na escola'

Para o teólogo, é possível trabalhar a religião nas escolas levando-se em conta a diversidade cultural e de crenças. "Em uma sociedade democrática todas as religiões estão em pé de igualdade, então, o Estado não pode privilegiar nenhuma delas porque seria injustiça. Por isso, mais do que falar em religião, podemos iniciar o estudante no mundo espiritual porque é da espiritualidade que vivem as religiões. A espiritualidade é um encontro com o mistério do mundo e da pessoa, com grandes temas como: de onde venho, para onde vou, o que faço neste mundo, o que posso esperar, qual é a minha missão aqui. Essas dimensões espirituais não são monopólio das religiões, são dados antropológicos".



'Religiões não estão enfraquecendo'

Boff reiterou que as religiões não estão se enfraquecendo com o passar das gerações, e que isso ocorre porque, na contramão do que se valoriza na cultura moderna, o homem precisa de sua dimensão espiritual. "Há um duplo movimento. Boa parte das religiões estão 'doentes' porque ficaram muito rígidas e há uma guerra de religiões. Por outro lado há uma volta do religioso e do místico em todos os sentidos. As religiões clássicas se revitalizam, ressurgem grupos novos de meditação e de celebração. Isso mostra que a humanidade está cansada de excesso de racionalismo, consumismo, materialismo, e quer uma dimensão espiritual. E essa dimensão não é monopólio da religião, é uma dimensão humana. Então, ela tem que entrar nos processos educativos". 

FONTE: ATIBAIA NEWS   

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